Avaliação de Marcapasso

Avaliação de Marcapasso:

Este item é particularmente importante para os portadores de marcapassos, ressincronizadores e desfibriladores. Depois de implantado, o aparelho deverá ser avaliado periodicamente. Logo após o implante as avaliações são mais frequentes e serão determinadas pelo médico que o implantou, dependendo de características próprias de cada paciente e do tipo de aparelho. Nos trinta dias após a colocação do dispositivo o item mais importante é a avaliação de possíveis rejeições, as quais felizmente, são muito raras. O marcapasso será programado de acordo com a necessidade individual de cada paciente considerando-se sexo, idade, atividade física e a doença que motivou o implante do aparelho.

Em nosso Serviço as avaliações são realizadas da seguinte forma:

  • Retorno para verificação da ferida cirúrgica e retirada dos pontos entre 7 e 14 dias.
  • Primeira avaliação do aparelho: aproximadamente 30 dias após o implante do aparelho.
  • Segunda avaliação: 3 meses após o implante.
  • Demais avaliações: a cada 3 meses até completar 1 ano e a cada 6 meses após 1 ano do implante até a indicação da substituição do aparelho.

A avaliação é realizada em nível ambulatorial, ou seja, sem a necessidade de internação sendo absolutamente indolor. Utiliza-se um programador, que é um computador especialmente adaptado para essa função, específico para cada tipo de e marca de aparelho. Com o paciente deitado numa maca e o eletrocardiograma instalado, colocamos um dispositivo que fica ligado ao programador sobre a região em que foi implantado o aparelho. A partir disto o programador troca informações com o marcapasso permitindo realizar novas programações de acordo com a necessidade. Os marcapassos modernos gravam em uma memória interna, dados colhidos no dia-a-dia do paciente que serão importantes na programação final do seu aparelho, o que pode facilitar o tratamento do seu cardiologista clínico. Ao final da avaliação será fornecido um impresso contendo todos os dados do marcapasso, informações sobre possíveis arritmias e quando deverá ser o seu retorno.

Implante de Marcapasso Definitivo:

Os marcapassos cardíacos são pequenos dispositivos implantáveis capazes de monitorar o ritmo cardíaco e estimular o coração, impedindo que a frequência cardíaca se reduza abaixo de determinados limites. Atualmente existem muitos modelos diferentes de marcapassos aplicáveis para cada tipo de paciente. Mesmo os marcapassos convencionais sofreram enormes avanços nos últimos anos incorporando funções capazes de devolver ao paciente condição de semelhante às do indivíduo normal. Para que o paciente se beneficie de todos os recursos disponíveis, é necessário realizar periodicamente a revisão de seu aparelho.

O procedimento pode ser realizado na sala de hemodinâmica ou no centro-cirúrgico com anestesia (sedação endovenosa + anesthesia local) permitindo que o implante seja totalmente indolor. Durante a cirurgia são implantados eletrodos especiais no coração, capazes de conduzir e captar impuslsos elétricos, os quais chegam até ele através das veias. Os eletrodos são posicionados em locais pré-definidos e guiados através de equipamento de Raios X. O número de eletrodos implantados depende de cada caso e é definido pelo médico que vai implanta-lo juntamente com o médico clínico. O marcapasso é conectado aos eletrodos já implantados e testados, ficando sob a pele geralmente da região abaixo da clavícula direita ou esquerda. Após o implante o paciente é acordado e levado ao repouso e logo após ao quarto não sendo necessária a UTI Cardiológica na maioria das vezes.

Implante de Marcapasso Ressincronizador ou Biventricular:

Naqueles pacientes que apresentam um quadro conhecido como insuficiência cardíaca (crescimento anormal do coração) pode-se utilizar um marcapasso especial capaz de auxiliar o tratamento medicamentoso para esta situação com gfande melhora na qualidade de vida. Clinicamente estes pacientes apresentam cansaço fácil, falta de ar, inchaço nas pernas e abdome, indisposição, perda de apetite e emagrecimento. Isso tudo ocorre pelo enfraquecimento do músculo do coração, redução de capacidade de contração e perda de sua força. Normalmente estes sintomas respondem bem inicialmente ao tratamento clínico, porém, nos casos em que não se obtém boa resposta, existe a possibilidade do implante de um marcapasso especial chamado de ressincronizador que realizará a estimulação do coração em três locais (cavidades) distuntos do coração. É necessária uma avaliação criteriosa para decidir qual paciente realmente se beneficiará desse tratamento.

O procedimento é realizado no mesmo local onde implanta-se o marcapasso convencional e em alguns casos podemos utilizar anesthesia geral e o paciente após o procedimento poderá ser encaminhado a UTI Cardiológica, principalmente em casos de cirurgias prolongadas.

Implante de Cardioversor/Desfibrilador:

O cardioversor/desfibrilador implantável (CDI) é um equipamento totalmente automático, capaz de detectar arritmias graves e tratá-las imediatamente através de estímulos elétricos e/ou choques dados diretamente no coração. Quando o coração fica lento, o dispositivo funciona como se fosse um marcapasso convencional, corrigindo a baixa frequ6encia cardíaca. Se o paciente apresenta uma aceleração anormal do batimento cardíaco (taquicardia) o aparelho inicia protocolos de reversão de acordo com a programação específica definida pelo médico especialista. Os pacientes que se beneficiam deste equipamento são criteriosamente avaliados pela equipe de arritmias antes do implante, sendo decidido o modelo indicado para cada caso e a programação do aparelho. Muitos pacientes previamente ao implante deste aparelho podem submeter-se ao Estudo Eletrofisiológico para identificar a arritmia e seu mecanismo. Naqueles pacientes com arritmias graves com potencial evolução para uma parada cardíaca, podemos usar este dispositivo para evitarmos uma morte súbita cardíaca.